quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Funeral mindelense

Falam-me da tradição mindelense do funeral com banda. E a banda, quando surge toca invariavelmente dsoja quem mandób morrê (traduzido do criolo: "joão, quem te mandou morrer"). A banda torna mais triste e solene um evento que já o é por natureza. Em frente à Igreja da Nossa Senhora da Luz passa o féretro, e a banda tem trombone e tudo.Lembro-me, mais uma vez, da extravagância de Nepomucemo que exigiu a marcha fúnebre de Beethoven no seu último dia, e que a banda recusou. Não foi problema, porque a dita peça foi tocada 14 vezes num gramofone.

Liceu Jorge Barbosa


Perto da Rua Lisboa, onde dizem que estudou o herói nacional Amílcar Cabral. Tenho de confirmar...

Noite mindelense

Passeio-me na noite mindelense, depois de uma sessão extenuante de fim de tarde, no Liceu Barbosa. Famílias percorrem as ruas em busca de divertimento. Divertimento moderado, porque conta o costume que nos anos 60, outros tempos, em noite de natal foram apanhados pela PIDE duas almas que gritavam vivas a um tal de Neru. Prisão política, e tudo a rigor para os ditos indivíduos, até que a polícia pergunta quem seria o Neru. A medo, os dois pobres coitados confessam que a sua bebedeira natalícia não fez perceber a PIDE que estavam a dar vivas ao Perú.
Procuro, em vão, o Sr. Silva Araújo no Largo das Salinas. A memória portuguesa apenas se encontra no traçado das rua e em alguns edifícios, que não podem ter mais que 3 andares, excepcionando, claro está, os prédios do Mira-Mar, que no alto da cidade são construído por estrangeiros e diplomatas, que o mindelense quer esmifrar ao máximo.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Feira da Estrela

Sou abordado na feira da Estrela. Perguntam-me se sou português, de Lisboa. Falam-me na Nazaré e nas Caldas da Rainha e diz-me o transeunte que veio daí para ficar, não tem é trabalho. Pede-me algo para comer. Olho à volta e percebo a estatística vicentina e mindelense - 43% da população está no desemprego. Acordam tarde e deambulam pela cidade à procura de algo. O negócio pertence às grandes empresas - que não dão espaço para o progresso do pequeno comércio.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Rua de Lisboa, 10 da manhã...

...no Mindelo. Reparo na população circundante: o desemprego é assustador e o desembaraço diário passa pela venda de fruta fresca, peixe e uma engraxadela de sapatos. Olho para o porto e vejo Santo Antão, ladeado pelo "Monte Cara" (por se parecer com um homem deitado, dominante na paisagem mindelense). Vejo o céu com atenção e percebo como Napumuceno da Silva Araújo enriqueceu, com a venda de guarda-chuvas. De facto a chuva aqui é um milagre, a terra é seca, fazendo parecer a lua um terreno rico ao lado desta paisagem mindelense. No entanto, o Mindelo parece uma cidade portuguesa há 50 anos, com a calçada e edifícios baixos, com janela, todas com rede e com ripas de madeira.

A Torre de Belém fora de Lisboa?

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Exploração colonial 2

Corto Maltese em "Les Ethiopiques".

Exploração colonial 1

Alexander Sitnikov


"Eros, philos e agape" (1996)

Eros e Egon Schiele

Auto-retrato no espelho. Polémico, mas uma obra de arte...

Amor: eros ou agape?

Lanço hoje uma discussão sobre o conceito de amor, para todos os confrades que queiram participar, e inicio no antigo testamento. Agape representará o amor pelo próximo e eros o amor de quem deseja possuir o que lhe falta. O amor de Deus iguala o amor entre a humanidade? Para tal, há dois textos muito interessantes no Antigo Testamento, que passo a transcrever:

Disse-me o Senhor: "Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo, e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles se voltem para outros deuses, e gostem das passas de uvas". Assim eu comprei para mim tal mulher por quinze peças de prata, e um homer e meio de cevada; e disse-lhe: "Por muitos dias tu ficarás esperando por mim; não te prostituirás, nem serás mulher de outro homem; assim também eu esperarei por ti." (Oseias, 3. 1-3)

Então veio a mim de novo a palavra do Senhor: Homem mortal, expõe a Jerusalém os seus actos abomináveis. Fala-lhe que o Senhor Deus lhe diz o seguinte - Tu não és melhor do que o povo de Canaã - teu pai, se calhar, era amorreu e tua mãe hitita! Quando nasceste ninguém cuidou de ti. Quando te encontrei a primeira vez, o teu cordão umbilical não tinha sido cortado, e não tinhas sido lavada nem esfregada com sal, nem envolta em panos. Ninguém tinha o menor interesse em ti, ninguém tinha pena de ti. Nesse dia em que nasceste, lançaram-te para o campo, onde te deixaram, indesejada. Mas eu passei por ali e vi-te, ainda coberta com o teu próprio sangue, e disse: Vive! Prospera como uma planta no campo! E assim aconteceu contigo! Cresceste, desenvolveste-te, esbelta e elegante, pérola rara entre pérolas. Quando te tornaste rapariga formaram-se-te os seios, o teu cabelo era lindo, mas não tinhas roupa; andavas descoberta! Mais tarde, quando passei junto de ti e te vi novamente, tinhas já idade de casar; então estendi a minha capa sobre ti, declarando formalmente que casava contigo. Assinei uma aliança contigo, e tornaste-te minha. Depois do casamento, dei-te belas roupas de linho e de seda bordada, sapatos de pele de texugo. Ofereci-te belos adornos, pulseiras, colares, anéis, brincos, além de uma rica tiara para a testa. Tornaste-te assim uma beleza, coberta de ouro e de prata, de roupa ricamente bordada, de linho e de seda. Passaste a comer delicada comida e a tua beleza aumentou ainda. Parecias uma rainha, e eras, na verdade! Era grande a tua reputação entre os povos, por causa da tua beleza, a qual era perfeita devido a tudo o que te dei, diz o Senhor Deus. Mas tu pensaste em te veres livre de mim - confiaste na tua formosura e começaste a corromper-te, prostituindo-te com todos os amantes que vinham ao teu encontro para te possuírem. Usaste das belas coisas que te concedi para fazeres com elas nichos para ídolos e para decorar a tua cama de prostituição. Incrível! Nunca jamais se viu uma coisa assim! Pegaste nas jóias e nos adornos de ouro e de prata que te dera e fizeste com tudo isso estátuas de figuras humanas, adorando-as, o que representava grave adultério contra mim. Empregaste a esplêndida roupa bordada que te dei para cobrires os deuses! Até o meu óleo e o incenso te serviu para lhes prestares culto! Puseste diante deles - imaginem! - a fina farinha, o azeite e o mel que te tinha dado; usaste isso como sacrifício de amor por eles. Pegaste nos filhos e filhas que me tinhas gerado e sacrificaste-os aos teus deuses, consumindo-os no fogo. Não teria bastado que te tivesses prostituído? Havias ainda de degolar os meus filhos sobre fogos de estranhos altares? Em todos estes anos de adultério e de pecado, não pensaste uma só vez naqueles dias, vão longe, em que andavas nua e manchada do teu próprio sangue. (Ezequiel 16, 1-22).

Estaremos nós perante eros ou agape?

Filmes de fim-de-semana 4



"Rebel without a cause" dispensa apresentações!

Filmes de fim-de-semana 3



Um filme memorável, com uma Audrey Hepburn muito "fashionable". Especialmente dedicado a Miss Pearls e à Charlotte...

Filmes de fim-de-semana 2



Uma cena de David Lynch arrepiante... Este filme é a antecâmara do verdadeiro cinema e, para mim, representou o destapar, há já uns anos largos, do "véu de ignorância cinematográfico" em que vivia...

Filmes de fim-de-semana 1



Paródia indirecta (ou directa), ao Sétimo Selo...

sábado, 24 de fevereiro de 2007

George Deem e Vermeer


Para quem não se cansa de olhar para Vermeer, temos esta perspectiva de George Deem, mais recente (George Deem, Seven Vermeer Corners, oil on canvas, 50 x 86 inches, 1999).

Vermeer


Esta obra de Vermeer, curiosamente assinada por De Hooch (porque valorizaria a sua venda, ao tempo), representa um pintor (que será Vermeer, mas que pode ser um qualquer artista) que retrata Clio. Mas, se pensarmos bem, o que se retrata é a arte de pintar, no seu auge. A história em torno deste quadro a óleo é muito curiosa e só foi salvo porque Hitler era um apaixonado pelo detalhe (que antecede o realismo) próprio do artista.

Olissipografia 1 - A resposta


A resposta ao enigma dos painéis de azulejos da Avenida Gulbenkian é mais fácil do que os caros confrades imaginam. Não é apenas uma visão Escheriana, mas sim um Volkswagen Carocha decomposto em azulejos expostos aleatoriamente. Nada melhor que um périplo à dita Avenida para confirmar.

Olissipografia 1


Em pergunta especialmente dirigida ao Bic Laranja e a Miss Pearls, alguém sabe o que o painel de azulejos de João Abel Manta na Avenida Calouste Gulbenkian representa?

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

História contrafactual?



O mundo sem os EUA?

Ainda o totalitarismo...

Cara Charlotte, compreendo o seu ponto de vista. Mas é curioso que a procura da legitimidade de um regime totalitarista lança umas armadilhas interessantes. A minha formação de base jurídica (que me reconduz a algumas falhas de raciocínio, é claro), suscita uma questão adicional, a pensar mais maturamente, que é a da legalidade no Estado totalitário.

Pois bem, Hannah Arendt, com os seus defeitos e virtudes, diz-nos em "As origens do totalitarismo", o seguinte: "A política totalitária não substitui um corpo de leis por outro, não instaura um consensus iuris proprio, não cria com uma revolução uma nova forma de legalidade. A falta de cuidado por todas as leis positivas implica a convicção do poder em face de qualquer tipo de consensus iuris, pelo facto de não haver lacunas na lei de um Estado tirânico".

Não será que o totalitarismo poderá implicar uma (falsa) promessa de justiça humana, sem que a mesma dependa de qualquer incorporação jurídica? Não será isto uma forma de estoicismo sem recurso a qualquer tipo de artefacto legal?

As Falanges Ordem Negra

Genial! Nunca me canso de ler e apreciar o grafismo desta obra da dupla Bilal/Christin. Começa com uma citação de Goya ("O sono da razão engrendra monstros") e passa imediatamente para um massacre nas planícies espanholas, mais concretamente Aragão. Algures entre o republicanismo e o franquismo espanhol (aliás Christin é professor de literatura francesa em Utah e licenciou-se em Ciência Política) , reúne um conjunto de memórias de uma brigada republicana que lutou na guerra civil espanhola. O combustões há-de gostar...

Convento das Francesinhas


Mesmo ao lado das Côrtes, onde actualmente se encontra um jardim. É mesmo Lisboa desaparecida...

A castidade da mulher e os olhos do diabo...

Um debate com o Jansenista?

Ideias para repartições públicas


Richard Meier (Law Courts, Phoenix, Arizona).

Democracia?

Totalitarismo e violência?

Percebo os receios de Charlotte e reflicto um pouco sobre as suas soluções redentoras. Será a violência a solução para terminar com o totalitarismo? E por outro lado, andará a violência de mãos dadas com o totalitarismo? Pensando assim, será tão mau aquele que é atacado, como aquele, que em nome da humanidade ataca. Ambos serão totalitaristas, porque violentos. Não será assim, Charlotte?
Penso, porém, que o totalitarismo e a violência não são realidades intrínsecas. Sigo atentamente esta discussão e assumo que a violência é, antes de tudo, um problema ontológico. E tomo como minhas as palavras de Derrida: "Incapable of respecting the Being and meaning of the other, phenomenology and ontology would be philosophies of violence. Through them, the entire philosophical tradition, in its meaning and at bottom, would make common cause with oppression and with the totalitarianism of the same. (Writing and Difference 91)".

Idi Amin Dada

Ao ler aqui sobre feitos heróicos e figuras africanas, recordo Idi Amin Dada, do Uganda. O campeão de boxe, o general e o assassino, recentemente retratado no cinema norte-americano, foi um exemplo de marketing. As suas viragens políticas e as inconstâncias decisórias foram imortalizadas num documentário dirigido por Barbet Schroeder, nos anos setenta.
Apenas para abrir o apetite, lembro dois episódios desse documentário:
a) a corrida na piscina entre Idi Amin e os seus ministros - fazendo-se adivinhar quem ganharia por uma larga vantagem;
b) um Conselho de Ministros especial, em que um Ministro é admoestado em frente às câmaras, sendo que viria a ser encontrado dias mais tarde, morto, a flutuar no Nilo.

Não obstante o fundo e o terror implícito, este documentário é uma excelente lição dos limites do poder e da manipulação da comunicação social.

Alfons Mucha (1860-1939)

Titanic - Viagem do Terror

Chego a casa e calço os chinelos. Sento-me na velha poltrona na sala maior e abro o pequeno livro que tenho à frente.
A anteceder o encontro macabro em Sevenhoaks, o herói Francis (Malcom) revê a trágica viagem no Titanic, envolta num mistério em torno do desaparecimento de documentos oficiais. Floch e Riviere são os autores deste clássico dos anos 80, muito inspirado nos mistérios de Hitchcock... A não perder...

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Consaguinidade no mercado financeiro

Quando o nosso Jansenista fala em consaguinidade na realeza lembro-me logo do começo do fim do Império Rothschild. Na realidade, diz-se por aí que o negócio de Frankfurt da dita família fraquejou quando a linha masculina desapareceu em 1901. Neste caso será para dizer que o império financeiro não sobreviveu ao excesso de consaguinidade familiar, que, aliás, não era proibida entre os judeus.
Partilhará da minha opinião a austeridade e pobreza do Ashram jansenista?

Uma lembrança...


... para Miss Pearls, como prova de agradecimento pela presença no repasto que está para próximo.

Gilbert & George

Pela genialidade e loucura, por vezes, destes dois, vale a pena ver uma grande exposição sobre uma parte da sua colecção na Tate Modern, em Londres.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Leituras para depois do jantar...

Não é o incessante bater da chuva no meu terraço, num terceiro andar, que me demove da sala. E, com uma refeição digna de um dia de jejum e de abstinência, mergulho no Grand-Rien do "L'Ordre des Pierres", idealizado por Christin e Mezières. A história não tem cronologia e termina no nada. Mas é Valérian (e Laureline) no seu melhor, numa grande viagem, num registo muito... cidades obscuras, de Peters e Schuiten.

A alma dos animais

Ainda a propósito da discussão dos animais adequados às nações, um confrade sugere Voltaire, para ajudar.

E leio, com atenção uma das passagens, que afirma: "Mais les maîtres de l'école demandent ce que c'est que l'âme des bêtes. Je n'entends pas cette question. Un arbre a la faculté de recevoir dans ses fibres sa sève qui circule, de déployer les boutons de ses feuilles et de ses fruits; me demanderez-vous ce que c'est que l'âme de cet arbre ? Il a reçu ces dons; l'animal a reçu ceux du sentiment, de la mémoire, d'un certain nombre d'idées. Qui a fait tous ces dons ? Qui a donné toutes ces facultés ? Celui qui a fait croître l'herbe des champs, et qui fait graviter la terre vers le soleil." [
Dictionnaire philosophique (1764), entrada "Animais"].

Será o problema das nações um problema de alma, à semelhança daquele com que se deparam os animais? Se assim o for, poderíamos dizer os franceses teriam excesso de alma. Mas não é o que Spiegelman quer-nos dizer...

O franceses, os alemães e os judeus...

Ao ler Spiegelman (Maus II), intrigo-me sobre qual o animal que retrata melhor os franceses. O diálogo entre o herói e uma meiga amiga francesa adensa-se. Se os alemães nazis são gatos e os judeus ratos, o que serão os franceses? Fala-se nos séculos de anti-semitismo, no caso Dreyfus, no colaboracionismo e nada de encontrar animal que represente as particularidades daquele povo. Finalmente, o herói lembra-se da rã ("frog", francês pejorativo) e prepara-se para pedir em casamento a sua companheira.
Encerrado este problema, lembro-me da ideia em geral dos franceses que terão "o Napoleão na barriga" (que, em determinada perspectiva até pode ser um elogio, sendo eu um admirador da cultura francesa) e tento recordar-me da História. Talvez deva reler um pouco de Michelet (na edição da Pleiade), sobre a Revolução Francesa para avivar um pouco o surgimento desta "grandeza".

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Leituras de fim de tarde 3

Estas duas pérolas, dedico-as a Miss Pearls e a Charlotte. Um estilo de banda desenhada documentalista a não perder. E suscitando a discussão de assuntos muito na berra...

Leituras de fim de tarde 2


Mais hi-tech, mas com desenhos fenomenais...

Leituras de fim de tarde 1


Intrigante, porque traça um retrato da sociedade. Não teremos um "adeus à carne" todos os dias?

All aboard...

Agruras de um exactor

Um exactor conhece as reacções de todos os que receiam o confisco. Mas tem que preservar o seu ofício e garantir a sua continuidade, fazendo ver que a capacidade contributiva é o limite da tributação. Reparo, contudo, que Miss Pearls discorda do Je Maintiedrai, mas penso que pluralismo e respeito devem conviver em sã harmonia. Sou exactor, mas não sou imoral, nem amoral.
No que respeita à "lavandaria", veja-se que resultou de uma dação em cumprimento de uma elevada dívida ao fisco, e o seu interior é fenomenal. Ora, "a cavalo dado...". Quanto ao transporte reclamado pelo Jansenista, tenho uma solução que achava já perdida e sem utilidade no depósito dos bens penhorados aos incumpridores.

Como chegar ao local do repasto


O local do encontro é em Zurich, aproveitando o modesto património que resta deste vosso funcionário.


Eu aproveitava a boleia, que esta não pagam, nem em tributos extrafiscais. A volta está garantida para todos.

Banquete inaugural



Como não é exclusivo do Jansenista e como há um só destes momentos, é tempo fazer o banquete inaugural desta repartição. Sem grandes faustos, como não podia deixar de ser, numa casa onde se contam os tostões. Pode ser que o Jansenista e a simpática Charlotte quebrem o gelo quanto aos estóicos e revelem as novas perspectivas anunciadas.
Notifico ainda o Je Maintiendrai, para justificar as manifestações de fortuna que evidencia, conforme declarações em inquirições prévias em Ashram vizinho. Quanto ao Combustões, a veia militar indicia grandes discussões na matéria, pelo que antevejo uma aliança frutífera a fazer lembrar os fermiers-généraux. Já no que respeita a Miss Pearls, a ordem evidenciada e a elevada finura das suas sedas reclama, desde Madrid, ao que sei, a sua presença para obtenção de um privilégio ou favor fiscal, tão desejado em tempos de terror. Finalmente, o Jagoz e o AMN serão os elementos chave para este banquete íntimo.
O local e a data em breve serão objecto de notificação devida.

A tributação odiosa em Benjamin Franklin


"VIII. If when you are engaged in War, your Colonies should vie in liberal Aids of Men and Money against the common Enemy, upon your simple Requisition, and give far beyond their Abilities, reflect, that a Penny taken from them by your Power is more honourable to you than a Pound presented by their Benevolence. Despise therefore their voluntary Grants, and resolve to harrass them with novel Taxes. They will probably complain to your Parliaments that they are taxed by a Body in which they have no Representative, and that this is contrary to common Right. They will petition for Redress. Let the Parliaments flout their Claims, reject their Petitions, refuse even to suffer the reading of them, and treat the Petitioners with the utmost Contempt. Nothing can have a better Effect, in producing the Alienation proposed; for though many can forgive Injuries, none ever forgave Contempt.
IX. In laying these Taxes, never regard the heavy Burthens those remote People already undergo, in defending their own Frontiers, supporting their own provincial Governments, making new Roads, building Bridges, Churches and other public Edifices, which in old Countries have been done to your Hands by your Ancestors, but which occasion constant Calls and Demands on the Purses of a new People. Forget the Restraints you lay on their Trade for your own Benefit, and the Advantage a Monopoly of this Trade gives your exacting Merchants. Think nothing of the Wealth those Merchants and your Manufacturers acquire by the Colony Commerce; their encreased Ability thereby to pay Taxes at home; their accumulating, in the Price of their Commodities, most of those Taxes, and so levying them from their consuming Customers: All this, and the Employment and Support of Thousands of your Poor by the Colonists, you are intirely to forget. But remember to make your arbitrary Tax more grievous to your Provinces, by public Declarations importing that your Power of taxing them has no Limits, so that when you take from them without their Consent a Shilling in the Pound, you have a clear Right to the other nineteen. This will probably weaken every Idea of Security in their Property, and convince them that under such a Government they have nothing they can call their own; which can scarce fail of producing the happiest Consequences!" (In Rules for Reducing a Great Empire to A Small One, 1773)

Seria uma resposta à intervenção contemporânea de Alexander Wedderburn?

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Recordando Dresden

Agradecimentos...

Pelas boas-vindas calorosas do Jansenista, da Charlotte e do Jagoz. Tentarei não decepcioná-los na minha passagem por aqui.

Jan Christiaan Smuts vs Von Lettow-Vorbec?

Lendo sobre Von Lettow-Vorbec aqui só me vêm à mente os feitos (heróicos e não) de Jan Christiaan Smuts, uma das personagens proeminentes sul-africanas. Ao tempo, este estadista foi um dos admiradores de Vorbec, não obstante combaterem em lados opostos.
Aprofundando as campanhas de Smuts na guerra dos Boers (principalmente na segunda), nomeadamente o seu comando no Transvaal, pergunto-me onde estaria o jovem, mas promissor, Winston Churchill, também em missão militar por essas redondezas.

Mais cenas da vida do mar do Século XX



Je Maintiendrai, continuo a preferir estas cenas da vida do mar...

Revolução Francesa




Eric Rohmer, num filme genial, um verdadeiro diamante da sétima arte, com uma Lucy Russel e uns cenários de perder a respiração. E se vem num DVD com o making-off, é seguro que se trata de um serão bem passado.

Um filme para cinéfilos e sonhadores

A tributação na banda desenhada 4

A tributação na banda desenhada 3

A tributação na banda desenhada 2

A tributação na banda desenhada 1

domingo, 18 de fevereiro de 2007

A propósito do estoicismo

Bem sei que não fui convidado para o repasto, mas não resisto a bater nos portões da austeridade e pobreza do Jansenista para recordar que carta LXV a Lucílio, de Séneca, sempre foi para mim muito clara quanto ao fundamento (primeiro e último) do pensamento dos estóicos:

"O bronze é a primeira causa da estátua, pois esta nunca poderia ter sido feita se não existisse algo capaz de ser fundido moldado. A segunda causa é o artista, porquanto o bronze nunca tomaria a forma de estátua sem ser trabalhado por mãos hábeis. A terceira causa é a forma já que uma estátua não poderia ser rotulada de "doryphoros" ou de "diadumenos", se não apresentasse expressamente as respectivas características. A quarta causa é a finalidade com que a estátua foi feita; se não houvesse uma finalidade não haveria estátua."


Ora, apesar de tudo, o segundo fôlego do estoicismo não se afasta disto...

Não obstante, lembro-me da incapacidade dos modernos retratarem devidamente os antigos, tão bem explicada por Proust (Contre Sainte-Beuve): "Avec les Anciens, on a pas les moyens suffisants d'observation. Revenir à l'homme, l'oeuvre à la main, est impossible dans la plupart des cas avec les véritables Anciens, avec ceux dont nous n'avons la statue qu'à demi brisée. On est donc réduit à commenter l'oeuvre, à l'admirer, à rêver l'auteur et le poète à travers."

Ideias para repartições públicas









Rem Koolhaas não é só a Casa da Música...

Família presente e ausente

Ouço os meu tetravós, já idos, com frequência. Sei que estão presentes e querem ajudar os seus descendentes.

O gabinete onde trabalho tem um quadro a óleo de um tio oitocentista. A sua presença sente-se demasiado. Pensei em retirar o quadro, mas há algo no sangue que mo impede. Sei, ao mesmo tempo, que o tio me quer avisar de qualquer coisa, mas confundo esse apelo com a sua má experiência com a (mesma) tarefa que executo presentemente, sem que a barreira do tempo tivesse alterado a sua cadência ou modo de operar. Enfrento os olhos do tio e digo-lhe que a minha experiência e actividade equilibrará a sua angústia. Aguardo a sua resposta serena há já dois anos.

Mais recentemente, sem que se fizesse adivinhar, vejo uma bisavó aparecer num sonho. Ela abraça-me com força, ri comigo e desaparece a correr, querendo avisar-me de algo. Compreendo a sua mensagem - pede-me apoio terreno que falta na família para com os mais velhos fundamentalmente. Mas eu não sou digno de ser escolhido sozinho. Peço-lhe que reconsidere e que disperse a sua missão por outros familiares.

Tenho a minha família comigo - a passada e a presente. Percorro com todos eles a minha vida, sem qualquer receio. Pois o meu presente depende do seu passado, inelutavelmente...

Condessa Descalça



Dedicado a Charlotte em resposta a este repto.

Mapas celestiais 5

Mapas celestiais 4

Mapas celestiais 3

Mapas celestiais 2


Mapas celestiais 1

Agradecendo a preciosa sugestão do Jansenista ver aqui.

sábado, 17 de fevereiro de 2007