Noite mindelense
Passeio-me na noite mindelense, depois de uma sessão extenuante de fim de tarde, no Liceu Barbosa. Famílias percorrem as ruas em busca de divertimento. Divertimento moderado, porque conta o costume que nos anos 60, outros tempos, em noite de natal foram apanhados pela PIDE duas almas que gritavam vivas a um tal de Neru. Prisão política, e tudo a rigor para os ditos indivíduos, até que a polícia pergunta quem seria o Neru. A medo, os dois pobres coitados confessam que a sua bebedeira natalícia não fez perceber a PIDE que estavam a dar vivas ao Perú.
Procuro, em vão, o Sr. Silva Araújo no Largo das Salinas. A memória portuguesa apenas se encontra no traçado das rua e em alguns edifícios, que não podem ter mais que 3 andares, excepcionando, claro está, os prédios do Mira-Mar, que no alto da cidade são construído por estrangeiros e diplomatas, que o mindelense quer esmifrar ao máximo.
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