D. Jaime ou a reconciliação de Alfarrobeira
O enigma do políptico atribuído a Nuno Gonçalves está longe de resolvido. O ilustre Jansenista evidencia um retrato em que a Casa de Bragança se reconcilia, querendo fazer esquecer a morte do Infante D. Pedro, Duque de Coimbra, em Alfarrobeira, e o consequente desterro do seus dois filhos, D. Pedro, o ex-condestável, e D. Jaime, que teria mais fama na corte do pontífice romano.
Os indícios são mais que muitos: a família está lá toda retratada, repare-se que o Infante D. Henrique (ou a figura que lhe é atribuída) predomina uma parte do políptico. De facto, D. Henrique foi um dos defensores do Duque de Coimbra perante a corte inflamada do ainda tenro D. Afonso V. Inclusive a História reza que o Infante, a certa altura, foi atingido pelas calúnias que eram dirigidas ao seu irmão, o Duque de Coimbra.
Aliás, será de assinalar que D. Afonso V não nutria de grande amor pelo seu tio e sogro D. Pedro. E isso vê-se nitidamente quando pediu à Rainha que enviasse uma carta ao seu pai, no qual se advertia que, num conselho recente o Rei resolvera que fossem cercadas as terras de D. Pedro e que fosse aplicada uma de três penas: morte, prisão perpétua ou desterro para sempre fora do reino. Parece-me mais do que evidente que D. Pedro escolheu a morte, não sem antes, e já após uma segunda tentativa de obtenção de um pedido de desculpas, por intermédio da Rainha D. Isabel, acentuar que as desculpas daria não mais por lhe comprazer e prestar mandado do que por lhe parecer razão que assim o fizesse. O ódio estava à vista e a encomenda desta obra, em meados do século XV, tenta apaziguar postumamente a escalada de violência que suscitou a morte injustificada na família.
Repare-se, assim, que o grande problema estava na idade de D. Afonso V - dezassete anos. Depois do confronto de Alfarrobeira, os conselheiros fizeram acreditar que o vencedor teria de permanecer três dias no campo de batalha, por se ter tratado de uma grande batalha campal. À distância, entenderia esse conselho como uma praxe de mau gosto...
Os indícios são mais que muitos: a família está lá toda retratada, repare-se que o Infante D. Henrique (ou a figura que lhe é atribuída) predomina uma parte do políptico. De facto, D. Henrique foi um dos defensores do Duque de Coimbra perante a corte inflamada do ainda tenro D. Afonso V. Inclusive a História reza que o Infante, a certa altura, foi atingido pelas calúnias que eram dirigidas ao seu irmão, o Duque de Coimbra.
Aliás, será de assinalar que D. Afonso V não nutria de grande amor pelo seu tio e sogro D. Pedro. E isso vê-se nitidamente quando pediu à Rainha que enviasse uma carta ao seu pai, no qual se advertia que, num conselho recente o Rei resolvera que fossem cercadas as terras de D. Pedro e que fosse aplicada uma de três penas: morte, prisão perpétua ou desterro para sempre fora do reino. Parece-me mais do que evidente que D. Pedro escolheu a morte, não sem antes, e já após uma segunda tentativa de obtenção de um pedido de desculpas, por intermédio da Rainha D. Isabel, acentuar que as desculpas daria não mais por lhe comprazer e prestar mandado do que por lhe parecer razão que assim o fizesse. O ódio estava à vista e a encomenda desta obra, em meados do século XV, tenta apaziguar postumamente a escalada de violência que suscitou a morte injustificada na família.
Repare-se, assim, que o grande problema estava na idade de D. Afonso V - dezassete anos. Depois do confronto de Alfarrobeira, os conselheiros fizeram acreditar que o vencedor teria de permanecer três dias no campo de batalha, por se ter tratado de uma grande batalha campal. À distância, entenderia esse conselho como uma praxe de mau gosto...
Sem comentários:
Enviar um comentário