Parasitagem lusitana
Ao ler isto, pelas bandas de Port-Royal, lembrei-me que, lá para as bandas da baixa, fala-se numa instituição financeira de respeito que alberga "cérebros". No entanto, tenho razões para duvidar da coisa, quando também verifico:
a) que um dos consultores acumula o vencimento e as regalias principescas com os lucros de uma sociedade de advogados, ainda dizendo, nos lautos e longos almoços no Comodoro, que nunca "recebeu tanto e trabalhou tão pouco";
b) o caso, contudo, não seria tão grave, não tivéssemos um outro consultor que esteve dois anos (sim, dois anos!) sem pôr os pés naquela instituição. O espantoso é que não só a dita ausência foi detectada porque os funcionários não conseguiam entrar no gabinete, uma vez que estava cheio de processos por despachar (inacreditável, pergunto-me o que faziam: atiravam a papelada para dentro do gabinete?) como também o assunto ter sido encerrado com uma mera advertência e pré-reforma.
Pergunto-me assim se sou eu que sou parvo, no meio desta parasitagem toda. Um familiar meu diria, com toda a propriedade (para me irritar, claro): chuchialismo.
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