Feira do Livro
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Vou-me explicar, contudo: um livro é bom quando perdura no tempo, quando a sua leitura é apta para passar de geração em geração, quando passa incólume ao teste dos anos. Ora, o que vejo são cada vez mais obras localizadas temporalmente, baseadas em modas, temas efémeros ou sobre nada. Descobriu-se (ou não), recentemente, que o que vende é o tema do nada. Escreve-se muito, adjectiva-se, num romance, num livro técnico, numa obra teatral e os leitores enaltecem, exultam, revêem-se talvez no vazio em que se inserem, sem, no entanto, chegarem a conclusão alguma. Assim se escreve sobre etiqueta e boas maneiras, sobre a melhor forma de atingir o sucesso no meio profissional e empresarial, sobre a auto-estima na relação sexual, sobre relações frustradas encapotadas numa forma de romance (picante) de cordel (que as empregadas da casa dos meus pais liam às escondidas na casa-de-banho), sobre anedotas (que nem são populares), etc. etc.. Isto chama-se falsa leitura, isto é, a leitura ditada pelo mercado. E o seu futuro afigura-se promissor, a crer pela proliferação da coisa. Cá por mim não perco tempo com isso, avanço para outros assuntos.
Acresce a isto tudo ter descoberto que, este ano, a feira do livro não acolheu a banca da Câmara Municipal de Lisboa, por falta de verbas (!!!!!). Não percebo: há dinheiro para os assessores, mas não sobra nada para transportar do Campo Grande para o Marquês de Pombal uns quantos caixotes de livros???
O périplo de duas horas valeu a pena pelo livrinhos que comprei (a um alfarrabista), por 15 euros no total, intitulados "A Igreja e o Pensamento Contemporâneo" do Cardeal Cerejeira e "Estradas de Portugal" do Raúl Proença. Leituras para "beber" e transpôr, o que se entender relevante, aqui para as minhas exacções.
2 comentários:
A livraria municipal então não foi. Vendo bem o que lá há, sem reedições, não havia muitas caixas para transportar. Talvez seja isso.
Que desmoralização!
Cumpts.
O mesmo para o IPPAR que este ano não apareceu. É pena.
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