domingo, 24 de junho de 2007

O quotidiano rotineiro: o início e o fim dos dias


Um passeio ao início da tarde na Fnac do Chiado foi o suficiente para pôr em dia as recentes novidades e apanhar um pouco de ar. Também vi por lá a Ilustre Charlotte (penso que não me enganei, claro). Estava pronta a pagar uns CD's da secção de música francesa, mesmo atrás de mim na mesma caixa. O anonimato tem destas coisas. Não obstante, li um pouco de Juvenal, e, de acordo com os seus conselhos, encontrei isto, sobre a espuma dos dias:

Ipse dies pulchro distinguitur ordine rerum:
sportula, deinde forum iurisque peritus Apollo
atque triumphales, inter quas ausus habere
nescio quis titulos Aegyptius atque Arabarches,
cuius ad effigiem non tantum meiere fas est.
vestibulis abeunt veteres lassique clientes
votaque deponunt, quamquam longissima cenae
spes homini; caulis miseris atque ignis emendus.
optima silvarum interea pelagique vorabit
rex horum, vacuisque toris tantum ipse iacebit.
nam de tot pulchris et latis orbibus et tam
antiquis una comedunt patrimonia mensa.
nullus iam parasitus erit. sed quis ferat istas
luxuriae sordes? quanta est gula quae sibi totos
ponit apros, animal propter convivia natum!
poena tamen praesens, cum tu deponis amictus
turgidus et crudum pavonem in balnea portas.
hinc subitae mortes atque intestata senectus;
it nova nec tristis per cunctas fabula cenas:
ducitur iratis plaudendum funus amicis.

(Juvenal, Sátira I)

1 comentário:

Jansenista disse...

E V. Ex.a não se apresentou, desfazendo a dúvida? Dizem-me que a Consoror é de uma simpatia inexcedível, e não deixaria de saudar - mesmo um exactor...
CDs franceses? Bécaud?
Quanto a Juvenal (não o do Procópio / Lobo Antunes / Dom João V, mas sim o Antigo), ocorre-me sempre a atitude misógina, mas adiante...