Bem que isto podia ser hoje...
“Na sua acção governamental as dissensões são perpétuas. Assim, o partido histórico propõe um imposto: porque não há remédio, é necessário pagar a religião, o exército, a centralização, a lista civil, a diplomacia... – propõe um imposto.
-Caminhamos para a ruína! Exclama o presidente do conselho – O deficit cresce! O país está pobre! A única maneira de nos salvarmos é o imposto que temos a honra, etc...
Mas então o partido regenerador, por exemplo, que está na oposição, brame de desespero, reúne-se o centro: as calvas luzem de suor, os cabelos pintados detingem-se de agonia: cada um alarga o colarinho na atitude dum homem que vê desmoronar-se a pátria!
- Como assim! Exclamam todos, mais impostos!?”
-Caminhamos para a ruína! Exclama o presidente do conselho – O deficit cresce! O país está pobre! A única maneira de nos salvarmos é o imposto que temos a honra, etc...
Mas então o partido regenerador, por exemplo, que está na oposição, brame de desespero, reúne-se o centro: as calvas luzem de suor, os cabelos pintados detingem-se de agonia: cada um alarga o colarinho na atitude dum homem que vê desmoronar-se a pátria!
- Como assim! Exclamam todos, mais impostos!?”
(Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, As Farpas)
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