sexta-feira, 7 de setembro de 2007

A guerra dos livros


A Charlotte escandaliza-se, o Jansenista arrepende-se e o Réprobo escama-se. Eu, pelo contrário, fico-me: primeiro, porque não gosto de cadeias de blogues (salvo aquela honrosa excepção da comida), segundo, porque acho que quando escrevemos um livro só aí é que mudamos a nossa vida, quer estejamos perante uma obra literária ou não.

Tenho a confessar que, desde muito jovem, aprendi a seleccionar o que leio, tentando concentrar-me naquilo que gosto especialmente. Ora, isso tem-me custado caro, na medida em que abandono os livros que não me interessam.

É curioso entrarmos presentemente numa livraria moderna e encontrarmos pouca "literatura" de interesse. As editoras teimaram em concentrar os seus esforços financeiros em obras que pouco têm disso e tratam da auto-estima e assuntos quejandos. Quer isto significar que, não discutindo gostos evidentemente, esta pseudo discussão livreira insere-se numa corrente de contra-cultura. Assinale-se, ainda, que muitos dos blogues que mencionam este desgosto pelas obras clássicas escondem muitos desses "escritores" que pululam nos escaparates das livrarias modernas, ou melhor apelidando, das "lixarias modernas".

Pum!

1 comentário:

O Réprobo disse...

Caríssimo Exactor,
escamado, eu? Só se for por o Jansenista culpar Proust pela respectiva acedia literária, como deixei expresso no excelso blogue Dele.
Quis dar um conteúdo útil à tal ausência de mudança da vida que me pediam. E não achei melhor do que evidenciar as culpas do sujeito, que, antes de ler, já depõe esperanças no que só conhece de ouvir dizer. Seleccionei então aqueles livros em que a decalage entre a enformação da apetência e a desilusão se revelaram mais vincadas em mim.
Pim (para rimar).
Abraço