Crónicas de Bissau 2
Recebi convite pomposo para jantar com o Embaixador português na Guiné. Um senhor que sabe receber, num ambiente ainda colonial.
O edifício da embaixada está situado num bairro importante de Bissau, mas é de traça portuguesa, a lembrar muito as versões de luxo de edifícios "Raul Lino". A mesa tinha doze convivas e estava ladeada por quatro empregados com luvas brancas. Eu, de acordo com as regras protocolares recebi o lugar à esquerda do embaixador, no centro da mesa. Os pratos sucederam-se entre conversas cruzadas. O Embaixador, a certa altura, chamou um dos empregados (tratava-os todos no "tu" colonial) e pediu que mostrasse os quadros a óleo que tinha espalhados pela casa. Em menos de cinco minutos os serventes foram trazendo, um a um, os quadros disponíveis para a sala de jantar, num desfile ritmado e solene.
Enquanto isso, travava conhecimento com a conviva à minha esquerda, muito distinta e com ideias muito fixas. Só a conheci há menos de dois dias, mas cedo percebi que saíra de Portugal há mais de quatro anos e que estava disposta a percorrer a África portuguesa. Sem que nada o fizesse esperar, começámos a falar da poligamia que impera, constumeiramente, por aquelas paragens... Conversa interessante, que durou até à meia-noite, acompanhada de um Porto nos salões do Embaixador...
O edifício da embaixada está situado num bairro importante de Bissau, mas é de traça portuguesa, a lembrar muito as versões de luxo de edifícios "Raul Lino". A mesa tinha doze convivas e estava ladeada por quatro empregados com luvas brancas. Eu, de acordo com as regras protocolares recebi o lugar à esquerda do embaixador, no centro da mesa. Os pratos sucederam-se entre conversas cruzadas. O Embaixador, a certa altura, chamou um dos empregados (tratava-os todos no "tu" colonial) e pediu que mostrasse os quadros a óleo que tinha espalhados pela casa. Em menos de cinco minutos os serventes foram trazendo, um a um, os quadros disponíveis para a sala de jantar, num desfile ritmado e solene.
Enquanto isso, travava conhecimento com a conviva à minha esquerda, muito distinta e com ideias muito fixas. Só a conheci há menos de dois dias, mas cedo percebi que saíra de Portugal há mais de quatro anos e que estava disposta a percorrer a África portuguesa. Sem que nada o fizesse esperar, começámos a falar da poligamia que impera, constumeiramente, por aquelas paragens... Conversa interessante, que durou até à meia-noite, acompanhada de um Porto nos salões do Embaixador...
1 comentário:
Faltou lembrar o gri-gri dos grilos (que por esta altura invadem Bissau, quase como uma praga)q "cantavam" lá fora, e o toc-toc desses pequenos invasores nas suas investidas contra as janelas iluminadas.
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