sábado, 3 de novembro de 2007

Olissipografia 44 (Ainda o Campo de Santana)


Enquanto o estimado Bic Laranja lança o mote, os confrades Jansenista, JM e Réprobo já fazem o filme todo da tourada: a passagem dos touros pelo Campo Grande e a festança que seria até ao Campo de Santana. Há no entanto que recolocar os pés na terra. Para além da Praça de Algés, Lisboa teve várias praças de touros, desde o terramoto, a saber:
1. De 1760 a 1790 - Praça do Campo Pequeno, de madeira, com 250 passos de diâmetro;
2. De 1790 a 1831 - Praça do Salitre, também de madeira, com a mesma dimensão;
3 - De 1831 a 1891 - Praça do Campo de Santana, muito pequena e quase toda de madeira;
4 - De 1892 aos nossos dias - Praça do Campo Pequeno, com um círculo de 80 metros de diâmetro.
A proximidade do mercado do gado exigiu que a praça de touros permanecesse no Campo Pequeno na maior parte do tempo. No entanto, momentaneamente, assistiu-se a uma aproximação dos centros de entretenimento à zona ribeirinha. Veja-se, a título de exemplo, que a feira da ladra chegou também a passar pelo Campo de Santana, por essas alturas.
A tentativa fracassada desta aproximação e o regresso ao Campo Pequeno da tourada teve uma única razão, a meu ver: o medo do terramoto afastou os alfacinhas do rio durante o século XVIII e aproximou, com uma perspectiva de requalificação, no século XIX. Mas, sendo tudo de madeira, não durou muito...
Cantou-se a Severa, de facto, mas por pouco tempo...

2 comentários:

Bic Laranja disse...

Cá está! Mais um brilhante adorno. CUmpts.

O Réprobo disse...

Meu Caro Exactor,
Bela genealogia! Amanhã postarei uma gravura da Praça do Salitre, embora na função de suporte doutro espectáculo.
Forte abraço