quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Olissipografia 48 (Raul Lino 1)
Regressado a Lisboa, tenho alguns desafios a responder do nosso Jansenista. De facto, conheço quem me possa arranjar uma fotografia panorâmica daquele edifício próximo do Castelo. Entretanto, aqui vão algumas memórias imagéticas do muito português Raul Lino...
à(s) 00:33 2 comentários
sábado, 24 de novembro de 2007
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Crónicas de Bissau 3
Impressionante como uma visita a um orfanato no centro de Bissau faz uma pessoa como eu emocionar-se. Cento e dez crianças a cargo de duas irmãs italianas. Esta falta de pai ou mãe gerou uma carência tal que só era colmatada com a nossa presença. Crianças agarradas a mim, pedido colo e carinho. Não pude permanecer impávido perante tamanha onda de solidariedade. Há visitas que nos mudam completamente... E sinto que mudei, muito...
à(s) 11:23 1 comentários
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Crónicas de Bissau 2
Recebi convite pomposo para jantar com o Embaixador português na Guiné. Um senhor que sabe receber, num ambiente ainda colonial.
O edifício da embaixada está situado num bairro importante de Bissau, mas é de traça portuguesa, a lembrar muito as versões de luxo de edifícios "Raul Lino". A mesa tinha doze convivas e estava ladeada por quatro empregados com luvas brancas. Eu, de acordo com as regras protocolares recebi o lugar à esquerda do embaixador, no centro da mesa. Os pratos sucederam-se entre conversas cruzadas. O Embaixador, a certa altura, chamou um dos empregados (tratava-os todos no "tu" colonial) e pediu que mostrasse os quadros a óleo que tinha espalhados pela casa. Em menos de cinco minutos os serventes foram trazendo, um a um, os quadros disponíveis para a sala de jantar, num desfile ritmado e solene.
Enquanto isso, travava conhecimento com a conviva à minha esquerda, muito distinta e com ideias muito fixas. Só a conheci há menos de dois dias, mas cedo percebi que saíra de Portugal há mais de quatro anos e que estava disposta a percorrer a África portuguesa. Sem que nada o fizesse esperar, começámos a falar da poligamia que impera, constumeiramente, por aquelas paragens... Conversa interessante, que durou até à meia-noite, acompanhada de um Porto nos salões do Embaixador...
O edifício da embaixada está situado num bairro importante de Bissau, mas é de traça portuguesa, a lembrar muito as versões de luxo de edifícios "Raul Lino". A mesa tinha doze convivas e estava ladeada por quatro empregados com luvas brancas. Eu, de acordo com as regras protocolares recebi o lugar à esquerda do embaixador, no centro da mesa. Os pratos sucederam-se entre conversas cruzadas. O Embaixador, a certa altura, chamou um dos empregados (tratava-os todos no "tu" colonial) e pediu que mostrasse os quadros a óleo que tinha espalhados pela casa. Em menos de cinco minutos os serventes foram trazendo, um a um, os quadros disponíveis para a sala de jantar, num desfile ritmado e solene.
Enquanto isso, travava conhecimento com a conviva à minha esquerda, muito distinta e com ideias muito fixas. Só a conheci há menos de dois dias, mas cedo percebi que saíra de Portugal há mais de quatro anos e que estava disposta a percorrer a África portuguesa. Sem que nada o fizesse esperar, começámos a falar da poligamia que impera, constumeiramente, por aquelas paragens... Conversa interessante, que durou até à meia-noite, acompanhada de um Porto nos salões do Embaixador...
à(s) 10:48 1 comentários
sábado, 17 de novembro de 2007
Crónicas de Bissau 1
É a primeira vez que venho à Guiné-Bissau. O embate civilizacional é muito forte.
Bissau vive sem iluminação pública há quase dois anos, sem qualquer interrupção. A deslocação nas estradas à noite é muito perigosa. Como não há regras de trânsito, vê-se de tudo. Carros em contramão, pessoas a atravessar a estrada nos sítios mais improváveis e buracos no alcatrão de meter medo.
Mas esta realidade não me demove a conhecer a vida nocturna, durante o fim-de-semana, aproveitando que os trabalhos começam na segunda-feira.
É de facto muito interessante perceber que a Guiné-Bissau está dominada por observadores internacionais.
Num bar próprio de início de noite travo conhecimento, e menos de 5 minutos, com a delegada da RTP áfrica, com o adido da cooperação portuguesa e com o delegado dos serviços secretos portugueses.
A conversa desenrola-se pela noite dentro e, sem que nada o faça esperar, vejo-me a ser guiado, juntamente com outros, numa carrinha da RTP pelo breu de bissau.
O bar internacional é abandonado para dar lugar a uma noite africana, numa boite muito melosa, sem que isso me impressione grandemente, pois sinto-me imune a este jogo... A jornalista é a líder da noite. Conversa-se até de madrugada, sobre tudo.
Sobre o futuro da Guiné, sobre a vida, sobre as aspirações pessoais. Percebo, receoso, que a realidade política guineense é muito frágil: com os militares e a classe civil em permanente conflito.
A noite acaba porém abruptamente, quando a amiga jornalista é contactada para se deslocar à fronteira do Senegal, para acompanhar uma notícia sobre tráfico de crianças.
Regresso para a residencial (uma excelente residencial, por sinal). A noite está perto do fim, mas ainda sinto os grilos (aos milhares - depois das chuvas, vêm os grilos, em Bissau) no alcatrão, na minha camisa, no meu quarto, dentro da cama. Resignado deito-me e penso que há coisas mais importantes na vida, para além de uma preocupação vã de matar estes animazinhos que insistem em dominar o espaço.
à(s) 02:04 1 comentários
domingo, 11 de novembro de 2007
Olissipografia 46
É um passeio pela alta de Lisboa. De cima para baixo, imaginariamente, traço um percurso do sítio onde podemos hoje encontrar a Rua Marquês da Fronteira até chegar lá a baixo, quase ao pé da rotunda... Que pedras eram aquelas que encontrei pelo caminho?
à(s) 00:40 4 comentários
Olissipografia 45
Respondo ao desafio do confrade JM e as minhas pesquisas conduziram-me a uma habitação, na zona lateral de São Sebastião da Pedreira, colada ao Vale do Pereiro - o Casal da Torrinha...
à(s) 00:37 0 comentários
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Tino de Rans II?
É impressão minha, ou não será que o PSL quis encenar como James Stewart (em Mr. Smith goes to Washington) e o resultado foi mais parecido com o célebre Tino de Rans? Bem, talvez pior, porque saíu logo de seguida do plenário para "atender telefonemas" vários...
Já sabia que o Parlamento tem muito de zoológico (ou de Parque Mayer), mas agora com esta ave rara... E eu ainda o fui defender. Livra!
Já sabia que o Parlamento tem muito de zoológico (ou de Parque Mayer), mas agora com esta ave rara... E eu ainda o fui defender. Livra!
à(s) 21:11 0 comentários
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
P'ra nunca mais voltar...
Caro Réprobo, será esta a cena dos pratos de que fala?
à(s) 01:41 2 comentários
sábado, 3 de novembro de 2007
I want to break free
Para o caríssimo Réprobo, com um voto de parabéns! O mote e a música são revigorantes, o vídeo uma paródia...
à(s) 13:06 1 comentários
Olissipografia 44 (Ainda o Campo de Santana)
Enquanto o estimado Bic Laranja lança o mote, os confrades Jansenista, JM e Réprobo já fazem o filme todo da tourada: a passagem dos touros pelo Campo Grande e a festança que seria até ao Campo de Santana. Há no entanto que recolocar os pés na terra. Para além da Praça de Algés, Lisboa teve várias praças de touros, desde o terramoto, a saber:
1. De 1760 a 1790 - Praça do Campo Pequeno, de madeira, com 250 passos de diâmetro;
2. De 1790 a 1831 - Praça do Salitre, também de madeira, com a mesma dimensão;
3 - De 1831 a 1891 - Praça do Campo de Santana, muito pequena e quase toda de madeira;
4 - De 1892 aos nossos dias - Praça do Campo Pequeno, com um círculo de 80 metros de diâmetro.
A proximidade do mercado do gado exigiu que a praça de touros permanecesse no Campo Pequeno na maior parte do tempo. No entanto, momentaneamente, assistiu-se a uma aproximação dos centros de entretenimento à zona ribeirinha. Veja-se, a título de exemplo, que a feira da ladra chegou também a passar pelo Campo de Santana, por essas alturas.
A tentativa fracassada desta aproximação e o regresso ao Campo Pequeno da tourada teve uma única razão, a meu ver: o medo do terramoto afastou os alfacinhas do rio durante o século XVIII e aproximou, com uma perspectiva de requalificação, no século XIX. Mas, sendo tudo de madeira, não durou muito...
Cantou-se a Severa, de facto, mas por pouco tempo...
1. De 1760 a 1790 - Praça do Campo Pequeno, de madeira, com 250 passos de diâmetro;
2. De 1790 a 1831 - Praça do Salitre, também de madeira, com a mesma dimensão;
3 - De 1831 a 1891 - Praça do Campo de Santana, muito pequena e quase toda de madeira;
4 - De 1892 aos nossos dias - Praça do Campo Pequeno, com um círculo de 80 metros de diâmetro.
A proximidade do mercado do gado exigiu que a praça de touros permanecesse no Campo Pequeno na maior parte do tempo. No entanto, momentaneamente, assistiu-se a uma aproximação dos centros de entretenimento à zona ribeirinha. Veja-se, a título de exemplo, que a feira da ladra chegou também a passar pelo Campo de Santana, por essas alturas.
A tentativa fracassada desta aproximação e o regresso ao Campo Pequeno da tourada teve uma única razão, a meu ver: o medo do terramoto afastou os alfacinhas do rio durante o século XVIII e aproximou, com uma perspectiva de requalificação, no século XIX. Mas, sendo tudo de madeira, não durou muito...
Cantou-se a Severa, de facto, mas por pouco tempo...
à(s) 01:01 2 comentários
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Olissipografia 43
Continuando o mote do Campo de Santana e do Largo do Mitelo, confesso que não é apenas a Faculdade de Direito (dos meus avós) e o Goethe Institut (da minha adolescência) que me ligam a este local.
Já na fase adulta, cruzei-me profissionalmente com a Escola do Exército/Academia Militar. Não obstante ocupar uma outra infra-estrutura imponente (os Comandos da Amadora/Porcalhota), é no Paço da Rainha (ou da Bemposta) que encontramos a créme de la créme militar. Quem imaginaria que no centro de Lisboa ainda podemos encontrar tamanho espaço privilegiado?
Ah! Também já saltei no campo de obstáculos, com um cavalo chamado Jaguar dos Gamos (para os conhecedores da equitação, um sobrinho do célebre Pretty-Boy)...
Já na fase adulta, cruzei-me profissionalmente com a Escola do Exército/Academia Militar. Não obstante ocupar uma outra infra-estrutura imponente (os Comandos da Amadora/Porcalhota), é no Paço da Rainha (ou da Bemposta) que encontramos a créme de la créme militar. Quem imaginaria que no centro de Lisboa ainda podemos encontrar tamanho espaço privilegiado?
Ah! Também já saltei no campo de obstáculos, com um cavalo chamado Jaguar dos Gamos (para os conhecedores da equitação, um sobrinho do célebre Pretty-Boy)...
à(s) 01:24 1 comentários
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Olissipografia 42
Falando o confrade Bic Laranja da Faculdade de Direito no Campo de Santana (e não só), junto ainda as fotos dos painéis de azulejos que encontrávamos nesse edifício antes da "ocupação" alemã. Que é feito deles?
à(s) 23:01 0 comentários
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